segunda-feira, 27 de junho de 2022

CDU interpela presidente da Câmara sobre novos encargos com a Educação

Quanto vão custar afinal os novos encargos que a maioria PSD/CDS aceita ter na área da Educação? Eis uma pergunta da CDU que ficou sem resposta na Assembleia Municipal de hoje, mostrando que a chamada transferência de competências mais não é do que uma pesada transferência de encargos, como os eleitos comunistas sempre denunciaram.   

Intervenção de Carla Ribeiro

Antes de outras considerações, a CDU recorda que sempre votou contra e que sempre esteve contra a chamada transferência de competências para os municípios, nomeadamente na área da Educação, salientando que, neste como noutros assuntos, a vida veio comprovar que tinha e continuar a ter razão.

A proposta em apreciação nesta Assembleia refere-se a um aumento de dotação global do orçamento de quase 6,2 milhões de euros “suportado na integração das receitas provenientes do Estado consignadas a esse fim”, mas que o Executivo reconhece como insuficiente.

Com efeito, imediatamente a seguir, lê-se que a alteração “não contempla a totalidade das despesas decorrentes deste processo de descentralização de competências da educação, mas apenas e só as correspondentes ao montante financiado pelo Estado”.

Impõe-se, por isso, que esta Assembleia e os cidadãos sejam cabalmente esclarecidos sobre qual é o impacto real nas contas do Município dos encargos com esta transferência, isto é, quais são os custos que vai ter de assumir com a Educação, mas que não serão cobertos por dotações estatais?

Que conjunto de novas obrigações – e em que valores – contrai o Município, designadamente em termos de remunerações de funcionários e outros encargos correspondentes, incluindo seguros, bem como fornecimento de refeições?

Em que parte estão assegurados tais encargos por verbas a transferir pela Administração Central?

Para além da questão da dotação orçamental adequada, qual é a situação dos procedimentos concursais para a contratação dos seguros de acidentes de trabalho dos funcionários das escolas e de fornecimento de refeições nas cantinas?