sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

CDU quer saber mais sobre o projecto de "transporte flexível"

Na sessão de hoje da Assembleia Municipal, a CDU exigiu informações sobre o "projecto de Transporte Flexível" que a Câmara Municipal está a lançar mas sobre o qual não prestou qualquer informação à Assembleia. Por outro lado, alertou para o risco de ser uma forma de neutralizar soluções de fundo.



Intervenção de Carla Ribeiro  

Uma vez mais, estamos perante um facto consumado: o famigerado concurso público internacional para a concessão do serviço público de transporte rodoviário de passageiros não só está muito atrasado como corre o risco de não ter fim à vista, como bem avisa o senhor vereador com o pelouro da mobilidade e transportes e como já tivemos oportunidade de discutir no âmbito da apreciação do ponto 3.11.

E, todavia, é necessário assegurar a continuação da prestação do serviço público nomeadamente no concelho da Maia, com o que isso significa de decisões e acordos transitórios, mesmo que, como é o caso desta proposta, os prazos estejam já ultrapassados.

De facto, a ter em conta o teor da proposta, este acto deveria vigorar a partir de janeiro, mas a própria proposta, que data de 26 desse mês, foi ao Executivo em 7 de Fevereiro e só hoje vem à Assembleia Municipal.

Concretamente, a proposta visa a manutenção, até ao final do ano de 2022, das obrigações de serviço público que impendem sobre o operador Maiatransportes, às quais acresce o início de duas novas carreiras – as linhas Vilar de Luz–Fórum da Maia e Fórum–Palmilheira, cuja criação de saúda. Mais vale tarde do que nunca!

Na proposta, é referida a articulação das duas novas linhas com o “projecto de Transporte Flexível”, visando “preencher uma lacuna nos eixos vertical e horizontal de deslocação dos munícipes da Maia”.

À primeira vista, parece um argumento de peso.

Mas o certo é que nem esta Assembleia nem a Comissão de Transportes e Mobilidade por si criada conhecem qualquer informação concreta sobre tal projecto – nem quanto à sua arquitectura e implantação no terreno, nem quanto à concepção institucional, nem quanto aos custos para o Município, nem quanto ao que risco de tal solução “flexível” estar a adiar ou mesmo a neutralizar soluções mais sólidas, sustentáveis, duradouras e adequadas aos direitos e interesses das populações.

Mais uma vez, a CDU insiste na necessidade imperiosa de resolver de uma vez por todas problemas que só são efectivamente resolúveis através de respostas articuladas regionalmente e coerentes em termos de necessidades, direitos das populações e serviço universal em toda a região, na qual a Maia não é uma peça isolada ou separável do conjunto dos municípios.

Mais uma vez, a CDU insiste que a única fórmula acertada, consequente e com resposta adequada às populações é a consagração da STCP como operador interno de transportes rodoviários de passageiros de toda a Área Metropolitana.