segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

CDU vota contra isenções e reduções de taxas de urbanização

Na sessão de hoje da Assembleia Municipal, a CDU voltou a votar contra a isenção de taxas de de manutenção de infra-estruturas e e a redução em 50% da Taxa Municipal de Urbanização, chamando a atenção para o facto de, apesar de ter sido aprovado em 2016, o regulamento de taxas não ter entrado plenamente em vigor e considerando que benefícios desta natureza devem privilegiar a auto-construção e a construção cooperativa e não a especulação privada.     

Intervenção de Carla Ribeiro

Trata-se de mais um ano de derrogação da aplicação do Regulamento de Taxas que deveria ter entrado em vigor em 1 de Janeiro de 2017, mas tem sido sistematicamente adiado no que diz respeito às taxas em discussão.

Se em cinco anos o Município não foi capaz, ou não teve interesse, ou considerou desadequadas as taxas previstas, aprovadas em 2016, talvez fosse útil a Assembleia Municipal discutir a justeza e a eficácia dos valores então fixados, em vez de ciclicamente aprovar isenções e reduções.

Seria mais claro e mais transparente.

A informação de suporte à decisão proposta pela Câmara evidencia muito bem alguns elementos de análise que a tornam discutível, à luz de uma discussão sobre as justificações apresentadas.

De facto, além de ser evidente que, mesmo em relação ao último ano sem pandemia de covid (2019), se verificou, em 2021, um crescimento superior a 9% no número de processos, é também muito clara uma progressão expressiva quando se compara o ano transacto com o anterior:

Entre 2020 e 2021, o número de processos aumentou em 18,4% e o de requerimentos em 26,5%.

É certo que são invocados alguns constrangimentos, como o aumento dos custos e a alegada falta de mão-de-obra, e que é referido que “têm sido apresentados diversos pedidos de prorrogação dos prazos para a concessão de alvará”, mas nenhum elemento quantitativo é objectivamente apontado em relação a estes pedidos.

Com efeito, “diversos” representa quantos – cinco, 20, 200, dois mil?

Esta proposta não traduz uma verdadeira estratégia, devidamente fundamentada, de política pública em termos de taxas e licenças para o urbanismo e a construção que, desde logo, introduza distinções quanto à natureza dos interesses em presença.

Tal como noutras oportunidades já aqui referimos, a CDU defende que devem ser discriminados positivamente os processos destinados a auto-construção e a construção e habitação cooperativa, portanto não especulativos.

Por outro lado, devem ser adoptados mecanismos que contenham o aumento dos preços da habitação, tanto no mercado da venda como no mercado de arrendamento, aumento que, na Maia, continua a ser muito expressivo, apesar dos benefícios como as isenções e reduções que o Município pratica.

Assim, e a exemplo dos anos anteriores, a CDU votará contra a proposta em apreciação.

Disse.