quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

CDU questiona presidente da Câmara sobre recolha de resíduos

Na sessão de hoje da Assembleia Municipal, a CDU questionou o presidente da Câmara sobre o alargamento, a todo o concelho, da recolha selectiva de bio-resíduos (orgânicos) e defendeu que a Maiambiente deve fazer um estudo no terreno sobre as necessidades das populações em termos de horários e frequências de recolha de resíduos.

Intervenção de Carla Ribeiro

Embora os instrumentos de gestão previsional da Maiambiente venham a esta Assembleia para mero conhecimento – consequência da opção pela empresarialização de serviços que deveriam estar sob o controlo democrático dos eleitos –, gostaríamos de fazer algumas observações.

É salientado o facto de o projecto “Recicle Mais Pague Menos” ter funcionado numa zona piloto e de vir agora a ser progressiva e sucessivamente alargado.

Sendo positivo, seria importante que esta Assembleia fosse informada sobre o calendário dessa implementação; assim como é da maior importância que os munícipes sejam antecipadamente muito esclarecidos acerca do conceito, objectivos, custos inerentes e vantagens.

Também é enfatizado que se perspectiva o alargamento da recolha de bio-resíduos a cerca de 16 mil fogos em edifícios de habitação colectiva e seis mil habitações unifamiliares.

Importa saber:

1.º - Quando ocorrerá efectivamente tal alargamento;

2.º - Quando estará garantida a cobertura total do concelho; e

3.º - Quais as metas a atingir em termos de recolha e preparação para valorização destes resíduos.

É ainda feita referência à necessidade de reforço de meios, em consequência do alargamento dos serviços, bem como à preferência da opção pelo “mix” entre recursos próprios e outsourcing, uma opção em relação à qual é conhecida a nossa oposição.

Para além das questões de princípio, temos muitas dúvidas quanto a vantagens em termos económico-financeiros, quando se verifica que o Orçamento Anual da Exploração prevê, entre os mais de 6,8 milhões de custos com fornecimentos e serviços externos, mais de 3,5 milhões destinados a subcontratos e quase 2,8 milhões com “serviços diversos” que não especifica.

Finalmente, gostaríamos de salientar a importância de a Maiambiente proceder a uma análise detalhada junto das populações – isto é, com verdadeiro trabalho de terreno – sobre as suas reais necessidades em termos de horários e de frequência das recolhas, já que temos recebido muitos sinais de insatisfação.

 

Disse.