Trabalhadores, não colaboradores. Mais uma vez, a CDU insurgiu-se, nesta quarta-feira, na Assembleia Municipal, contra a terminologia neoliberal que a Empresa Metropolitana de Estacionamento da Maia (EMEM) emprega nos seus documentos, nomeadamente o Plano e o Orçamento. A leita comunista reiterou por outro lado a oposição à expansão da rede de parcómetros.
Intervenção de Carla Ribeiro
No documento apresentado, a Administração da EMEM definiu como prioridade a Comunicação tanto interna como externa, de modo a que a empresa seja uma referência do sector para as suas congéneres, para a população e utentes e sobretudo para quem pertença à sua organização.
Nesse sentimento de orgulho e pertença, a Administração refere aqueles que trabalham para si na linguagem ultra moderna e liberal - Colaboradores, com “C” maiúsculo.
Pois bem, mais uma vez gostaríamos de chamar a atenção de que não existe nas leis laborais portuguesas o termo colaboradores, mas sim trabalhadores, até porque o seu significado semântico e conceptual não é igual.
Relativamente às políticas de recursos humanos, o reconhecimento do bom trabalho, do desempenho, da motivação e da felicidade dos trabalhadores não se atinge com a atribuição de um prémio de desempenho, tantas vezes enviesado, promotor do individualismo e da concorrência, em vez do verdadeiro sentimento de trabalho em equipa, daquele que não persegue nem discrimina o que pensa diferente ou é capaz de dizer verdadeiramente a sua opinião sem medo de represálias ou sofrer perdas dos ditos prémios de excelência, mas antes da valorização dos salários e das carreiras.
Quanto ao modelo de estacionamento pago (parquímetros) e o seu alargamento a outras áreas do concelho a CDU, sempre mostrou o seu desacordo, propondo em alternativa opções que levassem a população a deixar o seu veículo estacionado junto de interfaces com transportes públicos e que até fossem gratuitos.
E que, no caso dos trabalhadores do centro da Maia e que não tivessem a possibilidade de utilizar os transportes públicos pela sua inexistência ou desadequação ao horário de trabalho, lhes fosse atribuído um desconto no valor do estacionamento a pagar.
Disse