quarta-feira, 1 de setembro de 2021

CDU questiona retirada de parcómetro no centro da Maia e renúncia de administrador da EMEM

Rua de Manuel Faro Sarmento, bem preenchida de carros estacionados

A CDU questionou, na sessão desta quarta-feira da Assembleia Municipal, o presidente da Câmara Municipal sobre os fundamentos para a retirada de um parcómetro na Rua de Manuel Faro Sarmento e sobre as razões da renúncia de um vogal do Conselho de Administração da Empresa Metropolitana de Estacionamento da Maia (EMEM).

Intervenção de Carla Ribeiro   

Como foi aqui sobejamente afirmado e como é público e notório, a CDU foi e é contra o alargamento das áreas de estacionamento pago, nomeadamente na cidade da Maia, tendo votado contra a deliberação tomada nesta Assembleia em 17 de Setembro de 2018 e tendo-se batido contra a sua implementação.

Por isso, tem redobrada legitimidade para exigir esclarecimentos sobre o seguinte:

Nos termos da proposta da Empresa Metropolitana de Estacionamento da Maia objeto da referida deliberação da Assembleia Municipal, a EMEM realizou um estudo sobre a procura de estacionamento no centro da cidade, tendo em conta factores como a proximidade de serviços públicos e/ou comércio, a existência de estacionamento abusivo, estacionamento desordenado e consequente falta de rotatividade de estacionamento e insatisfação dos residentes.

Desse estudo, acrescentava o documento, concluiu-se que “as zonas mais problemáticas a nível de estacionamento” se situavam principalmente em 13 arruamentos do centro da cidade – que o documento enuncia – entre os quais se encontrava a Rua de Manuel Faro Sarmento.

Há meses, a suspensão do funcionamento do parcómetro que esteve situado nessa mesma rua (já lá não está, como pudemos verificar ontem) tornou-se notícia na imprensa local e, há uma dúzia de dias, o “Jornal de Notícias” (edição de 20 de Agosto) retomou a polémica.

Do teor do texto do JN, importa reter as justificações apresentadas pela EMEM pela voz do seu director-geral: “o facto de a artéria ser pouco utilizada para estacionar, de a máquina ser pouco usada pelos moradores, e de o lucro do estacionamento não ir além dos seis cêntimos/dia pesou na decisão”.

 

Senhor Presidente,

- em que parte da fundamentação da proposta da EMEM apresentada e votada nesta Assembleia estão critérios como a pouca utilização da artéria para estacionar?

- em que parte da mesma fundamentação se encontra o critério de pouco uso pelos moradores?

- por que razões é retirado o parcómetro num pequeno troço de rua com cerca de 50 metros, quando todo o restante quarteirão constituído pela Rua D. Júlio Tavares Rebimbas, Praça de Almada Negreiros e Rua de D. Ângela Adelaide Calheiros Carvalho Menezes permanece sob estacionamento de duração limitada e pago?

- em que parte da fundamentação da proposta da EMEM se encontra o critério do lucro?

 

A mesma notícia do JN alude ainda à demissão de um vogal da Administração da EMEM, devida não só à retirada do parcómetro, mas também por “outras questões de funcionamento” da empresa, “das quais discordava”, e por ser “incapaz de pactuar com ilegalidades”.

 

Senhor Presidente,

- quais foram as razões invocadas pelo ex-administrador para pedir a demissão do cargo?

- a que averiguações procedeu o Senhor Presidente e que conclusões obteve?

 

Naturalmente que esperamos que hoje mesmo esclareça esta Assembleia.

 

Disse.