CDU deixou reparos à conduta do presidente da Câmara cessante |
Intervenção de Alfredo Maia
O Senhor Presidente cessante aproveitou a obrigação legal de prestar informação escrita à Assembleia Municipal sobre a actividade da Câmara Municipal para a dedicar essencialmente a dois tópicos: considerações sobre a situação política, ocupando quase quatro páginas; e um extenso rol de 20 páginas sobre investimentos no Mandato.
São opções e, no que concerne ao segundo tópico,
talvez não seja descabido aproveitar este ensejo para prestar contas. Pode
estar certo de que tomámos boa nota do referido rol de investimentos...
Gostaríamos, contudo e em contrapartida, de deixar
algumas observações acerca do relacionamento de V. Exa. com a oposição.
Desde logo, a reiterada falta de respeito pelo
Estatuto do Direito de Oposição, apesar de aqui ter sido frequentemente
advertido para tal conduta.
Regista-se também a falta de acolhimento prático de
deliberações desta Assembleia, inclusivamente aprovadas por unanimidade, de que
é exemplo expressivo a recomendação de levantamento e remoção das barreiras e
obstáculos ao acesso a edifícios abertos ao público e à circulação nos espaços
públicos de pessoas com mobilidade reduzida.
Senhor Presidente,
V. Exa. soube ser cortês e respeitar os seus
adversários políticos, mas foram muito frequentes as vezes em que não respondeu
às suas interpelações, perguntas e pedidos de esclarecimento, fazendo-o até de
forma ostensiva.
Também ocorreram situações em que produziu comentários
depreciativos das qualidades e capacidades de Senhores Deputados, procurando
desqualificá-los e apoucá-los. Se a memória fosse curta, nesta mesma sessão
tivemos mais um episódio lamentável.
Alguns de nós também teremos tido um outro momento de
acrimónia, arrastados pelas circunstâncias. Pela minha parte, peço desculpa por
alguma palavra ou alguma atitude mais agrestes.
Daqui a 25 dias, os eleitores vão escolher os que vão
ocupar, num novo mandato os lugares na Câmara Municipal e nesta Assembleia.
Oxalá escolham bem e, sobretudo, que a Democracia
prevaleça.
Disse.