O desempenho dos Serviços Municipalizados de Electricidade, Água e Saneamento (SMEAS) da Maia, designadamente na poupança a redução das perdas de água, continua a ser uma preocupação da CDU. Na sessão de hoje da Assembleia Municipal, mais uma vez os eleitos comunistas chamaram a atenção para esse objectivo.
Intervenção de Carla Ribeiro
Com base nos dados disponibilizados, verifica-se que o
número de consumidores continuou a aumentar no ano 2020. No entanto, e
contrariando a política seguida em anos anteriores, os SMEAS optaram por
adquirir menos metros cúbicos: em 2020, adquiriram 9 318 969 m3, e
faturaram 7 180 213 m3, contribuindo desta forma para uma redução
das perdas de água na ordem dos 23%, quando no ano transacto tinham ficado nos
31%.
Em 2019, o Conselho de Administração do SMEAS
apresentava como receita para a redução das perdas de água as “políticas de
contenção de despesas” e uma taxa de execução prevista e orçamentada no ano de
2019 que foi de 46,15% e de 36,52% a nível global.
Em 2020, os SMEAS aumentaram o preço da água e a
prestação de serviços ao consumidor aumentou 0,53% e os custos com os serviços
externos aumentaram 18,1%.
E, a propósito de contratação de serviços externos, no
ano de 2019 é celebrado com a Aqualevel - Unipessoal, Lda, detida unicamente
pela INDAQUA, um contrato de prestação de serviços para, e passo a citar, “gestão
da eficiência hídrica no sistema de abastecimento de água pelo período de 5
anos com vista à implementação de um conjunto de medidas destinadas a reduzir
as perdas de água…. Para tal encontra-se em execução o Plano Geral de
Implementação de Melhorias de Eficiência que preconiza as seguintes acções…” (e
que por economia de tempo me dispenso a aqui a reproduzir).
No fundo, traduziram-se em taxas de execução do plano
de investimento na ordem dos 77,88%, taxa de execução das actividades mais
relevantes na ordem dos 82,95% e nas taxas de execução das despesas de 81,79%,
ou seja, em taxas de investimento mais elevadas em empresas privadas cujos resultados
foram uma descida de oito pontos percentuais nas perdas de água, contra uma
aumento de cerca de 40% de investimento.
Outra afirmação do Conselho de Administração dos SMEAS
(pág. 14), que passo a citar, “As ETAR do Município da Maia, com um desempenho
e um grau de depuração notáveis, não provocam quaisquer problemas para as
populações das áreas circundantes, quer a nível de odores, …, como é de facto
excelente”, não nos parece que mereça a concordância por parte da população de
Parada nomeadamente quanto ao cheiro intenso e nauseabundo.
Por fim, não podia deixar de lembrar a linda afirmação, e
passo a citar, “Os trabalhadores do SMEAS da Maia nunca abandonaram e nunca
abandonarão o seu posto”. E nós perguntamos ao SMEAS: reconhece e paga o
direito ao subsídio de insalubridade e penosidade destes trabalhadores
contribuindo com cerca de mais 15% no seu magro salário? Lembrar ainda que
estes já foram cerca de 200 trabalhadores e agora são 161.
Disse.