sexta-feira, 29 de maio de 2020

Perdas de água na Maia continuam elevadas

Fugas em acessórios de rega (foto) e sistemas de distribuição são um problema grave

O Grupo Municipal CDU voltou a chamar a atenção, na sessão desta sexta-feira da Assembleia Municipal, para as consideráveis perdas de água, que, em 2019, foram de 31%, segundo as Contas dos Serviços Municipalizados de Electricidade, Águas e Saneamento (SMEAS), assinalando que a sua redução é uma promessa que continua por cumprir. 




Intervenção de Carla Ribeiro    

Conforme os dados disponibilizados nos documentos, o número de consumidores de água e de utilizadores de saneamento tem vindo a crescer. Entre o início de 2015 e o final de 2019, há mais 3269 consumidores de água e 3673 utentes de saneamento.

No entanto, nos dados disponibilizados a esta Assembleia, verificamos que entre 2009 e 2019 o volume da água adquirida aumentou em 1.067.461 m3, ou seja, passamos de um valor 9.264.575 m3 em 2009 para um valor de 10.332.036 m3 em 2019, ao passo que a água facturada no mesmo intervalo de onze anos desceu 594.308 m3, ou seja actualmente os SMEAS facturam um volume de água inferior ao de há onze anos.

Pelo que, e conforme temos vindo a alertar, as perdas de água no concelho são enormes. A título de exemplo:

- no exercício de 2019 manteve-se uma elevada taxa de perdas/água não facturada, superior a 30% (31%= 7.124.679 m3 facturada / 10.332.036 m3 adquirida), o que é inaceitável.

Contudo, os documentos trazidos à apreciação deste plenário continuam, mais uma vez, a não quantificar quaisquer objectivos nem a assumir compromissos sobre metas relativamente à redução das perdas de água, mesmo quando refere “As políticas de contenção de despesas, levam-nos a encarar a luta contra o desperdício com particular relevância” (pág. 9 do pdf).

Há vários mandatos que esta promessa se repete, sem que tenha alcançado progressos dignos desse nome.

E para fazer face a este problema e na luta pela sua redução é necessário investimento na renovação de infraestruturas, mas também aumentar a taxa de execução das obras já previstas e orçamentadas, que foi de 46,15% no ano 2019 e de 36,52% a nível global.

Disse