Fugas em acessórios de rega (foto) e sistemas de distribuição são um problema grave |
O Grupo Municipal CDU voltou a chamar a atenção, na sessão desta sexta-feira da Assembleia Municipal, para as consideráveis perdas de água, que, em 2019, foram de 31%, segundo as Contas dos Serviços Municipalizados de Electricidade, Águas e Saneamento (SMEAS), assinalando que a sua redução é uma promessa que continua por cumprir.
Intervenção de Carla Ribeiro
Conforme os dados
disponibilizados nos documentos, o número de consumidores de água e de
utilizadores de saneamento tem vindo a crescer. Entre o início de 2015 e o
final de 2019, há mais 3269 consumidores de água e 3673 utentes de saneamento.
No entanto, nos dados
disponibilizados a esta Assembleia, verificamos que entre 2009 e 2019 o volume
da água adquirida aumentou em 1.067.461 m3, ou seja, passamos de um
valor 9.264.575 m3 em 2009 para um valor de 10.332.036 m3
em 2019, ao passo que a água facturada no mesmo intervalo de onze anos desceu
594.308 m3, ou seja actualmente os SMEAS facturam um volume de água
inferior ao de há onze anos.
Pelo que, e conforme temos vindo
a alertar, as perdas de água no concelho são enormes. A título de exemplo:
- no exercício de 2019 manteve-se
uma elevada taxa de perdas/água não facturada, superior a 30% (31%= 7.124.679 m3
facturada / 10.332.036 m3 adquirida), o que é inaceitável.
Contudo, os documentos trazidos à
apreciação deste plenário continuam, mais uma vez, a não quantificar quaisquer
objectivos nem a assumir compromissos sobre metas relativamente à redução das
perdas de água, mesmo quando refere “As
políticas de contenção de despesas, levam-nos a encarar a luta contra o
desperdício com particular relevância” (pág. 9 do pdf).
Há vários mandatos que esta
promessa se repete, sem que tenha alcançado progressos dignos desse nome.
E para fazer face a este problema
e na luta pela sua redução é necessário investimento na renovação de
infraestruturas, mas também aumentar a taxa de execução das obras já previstas
e orçamentadas, que foi de 46,15% no ano 2019 e de 36,52% a nível global.