sexta-feira, 29 de maio de 2020

CDU quer bolsa de terrenos para habitação sem especulação

Município deveria constituir bolsa de terrenos para construção de habitação 

A CDU questionou o presidente da Câmara Municipal sobre o destino que pretende dar a 832 terrenos incluídos em planos de urbanização com capacidade construtiva, no valor de mais de 51,5 milhões de euros, defendendo, na sessão da Assembleia Municipal desta sexta-feira, que o Município deve combater a especulação imobiliária e constituir uma bolsa de solos destinados designadamente a apoiar a construção cooperativa e à auto-construção.    





Intervenção de Carla Ribeiro


A CDU analisou o Inventário e Relatório de Bens à data de 31 de Dezembro de 2019, do qual se destaca um conjunto expressivo de bens imóveis, tanto do domínio privado do Município como do domínio público, cujo valor global ascende a mais de 626 milhões de euros.
De entre os bens imóveis referidos gostaríamos de salientar a posse de um total de 1735 terrenos, no valor global de mais de 75,4 milhões de euros.
E, de entre esses, um significativo “lote” de 832 terrenos incluídos em planos de urbanização com capacidade construtiva, com o valor total superior a 51,5 milhões de euros, dos quais:
·         781 em aglomerados urbanos, totalizando quase 48 milhões de euros; e
·         51 classificados como “outros terrenos” e avaliados em quase 3,6 milhões.
É especialmente para este “lote” que gostaríamos de pedir a atenção do Senhor Presidente da Câmara, tendo em conta que reveste certamente um valor potencial de grande importância estratégica, uma vez que se trata de imóveis com capacidade construtiva.
Tendo em conta as manifestas carências habitacionais na área do Município, e considerando que os municípios devem desenvolver políticas de solos que não só respondam às necessidades das populações, mas também actuem como efectivos moderadores da especulação de preços, especialmente dos terrenos, perguntamos:
1.º - Em geral, que destino pretende dar a Câmara Municipal a esses terrenos?
2.º - Que fracção desses terrenos pretende o Executivo alocar a uma bolsa destinada especificamente à construção de novos fogos de habitação pública?
3.º - Que fracção pretende igualmente o Executivo integrar numa bolsa destinada à promoção cooperativa de habitação e à auto-construção?
4.º - Que fracção destinará o Município a uma reserva estratégica de terrenos que lhe permita intervir no mercado como agente de moderação dos preços dos solos e de contenção da especulação imobiliária, isto é, contrapondo à espiral dos aumentos preços justos que contribuam para tornar mais fácil o acesso ao mercado privado de habitação e de espaços para pequeno comércio e serviços? 
Na eventualidade de o Senhor Presidente não puder, ou não souber, responder neste momento às questões aqui colocadas, o Grupo Municipal CDU requer à Mesa da Assembleia que a presente intervenção seja aceite como Requerimento ao Executivo.
    
Disse.