Elementos da Comissão Concelhia da Maia do Partido Comunista Português (PCP) e os eleitos da CDU na Assembleia Municipal e na Assembleia de Freguesia da Cidade da Maia estiveram hoje em contacto com utentes do Metro do Porto, na estação Forum.Maia, dando a conhecer a proposta apresentada pelo PCP na Assembleia da República para a criação de seis novas linhas deste meio de transporte, incluindo a que há-de ligar o Hospital de S. João ao centro da Maia, passando por Pedrouços, Águas Santas, Milheirós e Gueifães, bem como medidas complementares.
A REGIÃO PRECISA, O PCP PROPÕE
Plano de desenvolvimento do Metro do Porto
(6 novas linhas de Metro, mais 49 Km de rede, mais 54 estações)
O Metro do Porto é um projecto metropolitano, da iniciativa da região e das suas autarquias.
Ao longo dos primeiros anos, o Metro foi-se desenvolvendo, contribuindo para profundas alterações na vida das populações. Contudo, estes avanços sucederam sem que o governo assumisse as responsabilidades devidas no financiamento dos investimentos ou da operação.
O sub-financiamento de sucessivos governos ao longo de anos conduziu ao endividamento da empresa Metro do Porto. Este endividamento foi o argumento para que, em 2008, o governo ficasse com a maioria do capital desta empresa metropolitana.
O governo ficou com a maioria do capital na empresa Metro do Porto, mas assumiu com a região o compromisso de prosseguir com investimentos em novas linhas. Chegou mesmo a lançar a 2.ª fase da rede, que deveria ter sido concluída até 2018 com as ligações à Trofa, Gondomar (Valbom), Laborim, Matosinhos e Porto (linha do Campo Alegre). Mas até hoje ficou tudo por cumprir.
O PCP exige que seja cumprido o compromisso do governo e sejam construídas as novas linhas prometidas, assegurando uma efectiva programação dos investimentos na rede do Metro do Porto para a próxima década que responda às necessidades de mobilidade da população.
Por essa razão, os deputados do PCP apresentaram na Assembleia da República uma proposta para a criação de um plano de desenvolvimento do Metro do Porto para a próxima década, com 6 novas linhas de Metro, mais 49 Km de rede, mais 54 estações.
O que se pretende é dar continuidade a este projecto, recuperando compromissos de sucessivos governos, tendo presente estudos realizados e expectativas criadas nas populações.
O que o PCP defende e confronta os restantes partidos a pronunciarem-se é sobre a necessidade de se definir como prioritária para a resolução dos problemas de mobilidade na Área Metropolitana do Porto a criação de um audacioso plano de desenvolvimento do Metro do Porto na próxima década.
Este desígnio, de um audacioso plano de desenvolvimento do Metro do Porto para a próxima década passa por garantir:
- Prolongamento até à Trofa, a partir do ISMAI, devolvendo o transporte a estas populações que há mais de 17 anos ficaram sem o comboio;
- Linha de Valbom, com ligação ao centro de Gondomar a partir de Campanhã, perspectivando uma ligação futura a Fânzeres, criando uma rede circular com a linha Laranja;
- Linha do Campo Alegre, unindo as estações actuais de São Bento e de Matosinhos Sul;
- Linha das Devezas, a partir da linha do Campo Alegre, perspectivando a ligação com a linha Amarela em Vila D`Este, criando uma ligação circular entre Gaia e o Porto;
- Ligação a São Mamede de Infesta, a partir da actual estação Pólo Universitário, perspectivando a ligação futura a Matosinhos Sul e criando uma ligação circular entre Matosinhos e o Porto;
- Ligação à Maia, a partir do Hospital São João, perspectivando a junção com a linha do Aeroporto na estação Verdes, criando uma ligação circular com a cidade da Maia.
O valor estimado para as linhas que o PCP agora propõe corresponde, no essencial, ao valor que o governo assumiu em 2008 investir no desenvolvimento da rede de metro. Não se trata de exigir nada de novo ou de extraordinário. Trata-se de reclamar do Estado português que honre compromissos que assumiu com esta região e as suas populações.
TABELA RESUMO DA DIMENSÃO, ESTAÇÕES PREVISTAS E CUSTOS ESTIMADOS
Km
|
Estações
|
M€
| |
Ligação à Trofa
|
10
|
8
|
140,2
|
Linha de Valbom
|
6
|
6
|
183,7
|
Linha do Campo Alegre
|
9
|
12
|
319,7
|
Linha das Devezas
|
7
|
7
|
271,1
|
Linha de São Mamede
|
8
|
10
|
281,7
|
Linha da Maia
|
9
|
11
|
300
|
49
|
54
|
1496,4
| |
Informação retirada de diversos estudos promovidos pela empresa Metro do Porto, designadamente do Estudo de 2008 para a 2ª e 3ª fase do Metro.
Custo da linha da Maia estimado a partir das características e dimensão do traçado e dos custos de traçados similares.
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Este desenvolvimento da rede de Metro não dispensa a articulação com outros meios de transporte público e o restabelecimento do transporte de passageiros nos ramais ferroviários de Leixões, no cumprimento da Resolução da Assembleia da República n.º 87/2018, complementado com criação de um interface intermodal (ferroviário ligeiro, ferroviário pesado, rodoviário pesado e rodoviário ligeiro) na zona Arroteia/Asprela/Hospital de S. João).
A proposta apresentada pelo PCP inclui ainda medidas de articulação intermodal de linhas de transportes rodoviários de passageiros com as estações do Metro, com a criação de paragens de autocarros imediatamente próximas destas, mas também a necessidade de medidas que incentivem a troca do automóvel pelo Metro, designadamente pela:
- Avaliação das capacidades e eventual redimensionamento dos parques de estacionamento automóvel junto das estações de Metro mais procuradas, bem como construção de novos parques, de utilização gratuita;
- Criação de um dístico especial, a validar no carregamento mensal do passe intermodal Andante, destinado a identificar automóveis estacionados nas imediações de estações do Metro ou de paragens de autocarros.
A melhoria e alargamento da rede do Metro do Porto é vital para o desenvolvimento da região, para a qualidade de vida e de trabalho da sua população e para a melhoria da mobilidade com inegáveis vantagens económicas e ambientais.
Reafirmando o compromisso de sempre, o PCP dá este importante passo, formalizando uma proposta, um rumo para o desenvolvimento deste importante projecto metropolitano. Uma proposta que visa responder aos problemas, reclamando do governo que cumpra apenas aquilo que assumiu fazer quando impôs ficar com a maioria de capital da empresa.
Maia, 13 Janeiro de 2020
A Comissão Concelhia da Maia do PCP