O Município da Maia continua a perder milhões - quase 2,5 milhões - com a aventura do Fundo Imobiliário Fechado Maia Imo, cujos resultados cronicamente negativos confirmam a justeza das posições da CDU, contra a criação e manutenção deste fundo, e a sua proposta de que seja extinto, como já aconteceu com o Fundo Maia Golfe.
Foi isso que, na sessão desta segunda-feira da Assembleia Municipal CDU foi defender mais uma vez.
Intervenção de Carla Ribeiro
O Relatório e Contas do Fundo
Especial de Investimento Imobiliário Fechado Maia Imo, relativo ao exercício de
2018, confirma que esta aventura continua a ser um erro e um desastre
financeiro para o Município e que o Grupo Municipal CDU tem tido razão, ao
opor-se à sua constituição e manutenção.
O documento confirma igualmente
que a CDU tinha razão quando, na sessão de 17 de Setembro de 2018, votou contra
a prorrogação do Fundo por mais cinco anos e questionou o estranho optimismo em
que se fundava a Câmara Municipal para a propor.
De facto, o Fundo Maia Imo
regista mais um exercício negativo, no seu histórico ciclo negativo desde a sua
criação, em 2008.
De facto, em onze exercícios,
apenas em dois – 2014 e 2015 – os resultados foram positivos, em cerca de 191
mil e de 573 mil euros, respectivamente, verificando-se, em contrapartida, um
conjunto de anos com exercícios negativos muito volumosos:
- Em 2012: quase 846 mil euros;
- Em 2013: quase 142 mil euros;
- Em 2016: quase 1,4 milhões;
- Em 2017: mais de 737 mil; e
- Em 2018: quase 102 mil euros.
Num total negativo de 3, 227
milhões de euros. Face ao lucro combinado de 764 mil euros, resulta num saldo
negativo até à data de 2,463 milhões de euros.
O próprio relatório evidencia
taxas de rendibilidade sistematicamente negativas – à excepção dos exercícios
de 2014 e 2015 – chegando atingindo valores de cerca de -17,3% e -24,5%.
O que as sucessivas Contas
demonstram é que exercícios nos quais os custos são cronicamente superiores aos
proveitos, devido designadamente a encargos com juros de empréstimos e à
desvalorização de imóveis, tornam este Fundo absolutamente inviável e impõem
que lucidamente se ponha um termo a mais esta aventura.
Impõe-se, por isso, que se
suspenda a prorrogação do Fundo decidida (com o voto contra da CDU) nesta
Assembleia há oito meses e se encete o processo com vista à sua liquidação e a
devolução do património imobiliário a ele afecto à gestão directa do
Município.
Disse.