segunda-feira, 13 de maio de 2019

CDU exige fim de fundo imobiliário



O Município da Maia continua a perder milhões - quase 2,5 milhões - com a aventura do Fundo Imobiliário Fechado Maia Imo, cujos resultados cronicamente negativos confirmam a justeza das posições da CDU, contra a criação e manutenção deste fundo, e a sua proposta de que seja extinto, como já aconteceu com o Fundo Maia Golfe.


Foi isso que, na sessão desta segunda-feira da Assembleia Municipal CDU foi defender mais uma vez.  

Intervenção de Carla Ribeiro


O Relatório e Contas do Fundo Especial de Investimento Imobiliário Fechado Maia Imo, relativo ao exercício de 2018, confirma que esta aventura continua a ser um erro e um desastre financeiro para o Município e que o Grupo Municipal CDU tem tido razão, ao opor-se à sua constituição e manutenção.

O documento confirma igualmente que a CDU tinha razão quando, na sessão de 17 de Setembro de 2018, votou contra a prorrogação do Fundo por mais cinco anos e questionou o estranho optimismo em que se fundava a Câmara Municipal para a propor.

De facto, o Fundo Maia Imo regista mais um exercício negativo, no seu histórico ciclo negativo desde a sua criação, em 2008.

De facto, em onze exercícios, apenas em dois – 2014 e 2015 – os resultados foram positivos, em cerca de 191 mil e de 573 mil euros, respectivamente, verificando-se, em contrapartida, um conjunto de anos com exercícios negativos muito volumosos:
  • Em 2012: quase 846 mil euros;
  • Em 2013: quase 142 mil euros;
  • Em 2016: quase 1,4 milhões;
  • Em 2017: mais de 737 mil; e
  • Em 2018: quase 102 mil euros.

Num total negativo de 3, 227 milhões de euros. Face ao lucro combinado de 764 mil euros, resulta num saldo negativo até à data de 2,463 milhões de euros.

O próprio relatório evidencia taxas de rendibilidade sistematicamente negativas – à excepção dos exercícios de 2014 e 2015 – chegando atingindo valores de cerca de -17,3% e -24,5%.

O que as sucessivas Contas demonstram é que exercícios nos quais os custos são cronicamente superiores aos proveitos, devido designadamente a encargos com juros de empréstimos e à desvalorização de imóveis, tornam este Fundo absolutamente inviável e impõem que lucidamente se ponha um termo a mais esta aventura.

Impõe-se, por isso, que se suspenda a prorrogação do Fundo decidida (com o voto contra da CDU) nesta Assembleia há oito meses e se encete o processo com vista à sua liquidação e a devolução do património imobiliário a ele afecto à gestão directa do Município.    

Disse.