As descargas de águas residuais no Ribeiro do Boi Morto mostram bem a falta de saneamento em Pedrouços |
Apreciando o Relatório e Contas dos Serviços Municipalizados de Electricidade, Água e Saneamento (SMEAS) da Maia, a CDU voltou a chamar a atenção para problemas como as perdas de água na rede e a insuficiente cobertura do concelho em saneamento, que persiste nalguns locais.
Intervenção de Carla Ribeiro
Tal como há um ano, a CDU
volta a chamar a atenção para as perdas de água, que continuam a ser elevadas e
mantêm a tendência de subida de há vários anos a esta parte, ou seja, as
medidas que a Câmara, e por conseguinte o SMAS, têm adoptado não estão a ter o
resultado necessário para acautelar as futuras necessidades de um recurso
escasso, com custos cada vez mais elevados e que num futuro muito próximo,
devido às alterações climáticas e poluição, irá sofrer reduções drásticas.
Face ao cenário de forte redução
deste recurso e com base no relatório apresentado, o SMAS afirma que a
capacidade de armazenamento é de 40 mil metros cúbicos, o que daria um
abastecimento contínuo de três dias, nós perguntamos: Face a períodos de seca
cada vez mais frequentes e mais prolongados, que medidas têm a Câmara pensadas
para minorar o problema?
De igual modo, voltamos a chamar
a atenção para o problema do saneamento, pois continuam a existir bolsas de
habitação sem ligação à rede, cujo número até aumentou, a julgar pelo número de
ligações à rede de água e à rede de saneamento. Senão vejamos: em 2017 havia 62
654 contadores de água e 55 909 contadores de saneamento, cuja diferença era de
6 745. Em 2018, havia 63 400 contadores de água para 56 712
contadores de saneamento, o que dá uma diferença de 7 228 contadores.
Ora, se cada
habitação/empresa/loja/café, etc.. têm ligação à rede pública de água, o mesmo
deveria acontecer ao saneamento pois todos estes edifícios necessitam de
condutas para os esgotos, o que na realidade não acontece, pois se assim fosse
a diferença não seria tão grande. Estes números são igualmente reveladores da
ineficácia das medidas tomadas pelo SMAS para apoiar a população na necessária
e importante ligação dos esgotos domésticos à rede.
Relativamente à estrutura dos
SMAS, são referidos que existiam no final de 2018, 162 trabalhadores, após anos
de redução dos seus trabalhadores – chegaram a mais de 200 trabalhadores. Na
análise do documento relativo a este ponto, e conjugado com o documento do
ponto seguinte, verifica-se que existe uma necessidade de aumentar os quadros
do SMAS e que a redução feita nos anos anteriores teve apenas objectivos
economicistas, que sobrecarregaram os trabalhadores que ficaram, com reflexos
na qualidade e prontidão na resolução dos problemas das populações. A CDU é
favorável à contratação de mais meios humanos e que a sua contratação seja
feita no respeito de “uma necessidade permanente deve corresponder um contrato
de trabalho efectivo”.
Disse.