segunda-feira, 25 de junho de 2018

CDU vota contra Contas Consolidadas do Município

Contas do grupo municipal não tiveram o acordo da CDU

A bancada da CDU na Assembleia Municipal votou hoje contra a o documento de Prestação de Contas Consolidadas do Município (Câmara Municipal e Serviços e empresas municipais).
Na apresentação da posição dos eleitos da CDU, o deputado Alfredo Maia questionou o Executivo sobre o documento: 
1.       Na análise ao activo líquido imobilizado do Grupo Municipal (quadro 3), verifica-se uma redução em mais de 4.138 mil euros, ou seja (-) 4,6% no que tange a bens do domínio público.
A que se deve?
2.       Na previsão da estrutura da dívida de médio e longo prazo (quadro 9), a Tecmaia surge com a previsão reduzida a Zero.
No entanto, o Relatório da Comissão Liquidatária reportado a Novembro de 2017 indica um conjunto de valores ainda a liquidar a credores, incluindo empréstimos e outras aspectos com incidência económico-financeira que não se encontram inteiramente reflectidos na Prestação de Contas Consolidadas agora em apreciação.
Importa esclarecer as razões pelas quais o Auditor das Contas do Município não obteve “todos os elementos considerados indispensáveis” para a análise da situação da Tecmaia, segundo se lê no documento de Certificação Legal de Contas.  
3.       O Fundo Especial de Investimento Imobiliário Fechado Maia Golfe apresenta (quadro 9) uma situação de dívida de 8.345.160 € em 31 de Dezembro de 2017, com uma variação de idêntico valor no período na dívida de médio e longo prazo, dando-se como (previsivelmente) reduzido a Zero o capital em dívida em 2018.
Por que razões?
É certo que se perspectiva a sua extinção ao longo do exercício de 2018 em pleno curso, mas não deveriam as contas consolidadas do Grupo Municipal de 2017 reflectir a situação deste Fundo?
4.       O Fundo Especial de Investimento Imobiliário Fechado Maia Imo apresentava uma dívida de 5.457.729 euros à Caixa Geral de Depósitos, prevendo-se idêntico valor para o capital em dívida no final do exercício de 2018.
Por que razões?
Por outro lado, trata-se do único Fundo que a Câmara Municipal tenciona manter activo, tendo aprendido pouco com a experiência do Fundo Maia Golfe, perspectivando para ele, a “médio e longo prazo, uma crescente valorização crescente de capital em obediência a sãos critérios de segurança, rentabilidade e liquidez”.
Ora, apesar desse optimismo, o histórico das contas destes Fundo indicam uma queda quase contínua do seu valor líquido, de quase seis milhões de euros em 2008, quando foi constituído, para pouco mais de 3,5 milhões em 2017, bem como taxas de rendibilidades negativas na maior parte dos exercícios, situando-se em (-) 24,47% em 2016 e (-) 17,32% em 2017, e, ainda, resultados negativos muito significativos: quase (-) 1,4 milhões em 2016 e (-) 737.431 euros em 2017.   
Tal como a CDU tem vindo a chamar a atenção, a experiência comprova que a aposta da Câmara Municipal neste tipo de fundos não é uma solução adequada e que, pelo contrário, tem sido negativa para as finanças do Município, tendo em conta desde logo o pesado serviço da dívida.
Analisando-se o Relatório e Contas do Fundo Maia Imo no exercício de 2017, verifica-se que os encargos com juros de empréstimos ascenderam a 88.723 euros (mais de 100 mil no ano anterior), enquanto os proveitos com rendas foram se ficaram nuns claramente insuficientes 23.441 euros, compensados embora por 99.563 euros a título de reavaliações positivas de imóveis.
5.       Dos resultados do exercício, verifica-se (quadro 11) uma deterioração de quase (-) 10% (- 9,68%) nos resultados operacionais do Grupo e de (-) 43% em relação aos resultados líquidos, embora, neste caso, designadamente, numa degradação um pouco menor do que o decréscimo de cerca de 50% no resultado líquido já apresentado nas Contas do Município aqui apreciadas em Abril.
A que se devem estas descidas significativas?
     
 Disse.