segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

CDU contra contratação de serviço externo na Maiambiente

Parte dos serviços da Maiambiente é contratada à Ferrovial


A CDU voltou a contestar, na sessão desta segunda-feira da Assembleia Municipal, a contratação serviços externos em vez de reforçar a empresa municipal Maiambiente com meios e recursos humanos próprios que vistam a "camisola" do Município.  

 

Intervenção de Alfredo Maia

 

Sobre o documento trazido ao conhecimento desta Assembleia, que não dispensa da devida apreciação pelos grupos municipais, a CDU salienta alguns aspectos de relevante importância.

Em relação à política de pessoal, é manifesto que a Maiambiente, E.M. pretende prosseguir, não a dotação e manutenção de um corpo próprio que responda a todas as necessidades com a “camisola” do Município, mas prosseguir a estratégia de privilegiar o recurso à contratação de força de trabalho por interpostas empresas – vulgo “outsourcing”.

É uma opção errada, não só do ponto de vista dos princípios de uma relação laboral justa, mas também quanto ao que representa de risco de falta de identificação com um serviço público que exige dedicação e zelo que só os trabalhadores “da casa” asseguram melhor.

Essa opção é ainda mais errada quando a Maiambiente pretende manter e alargar o regime de subcontratação na recolha de resíduos porta-a-porta, um serviço que, pela sua natureza e pelas necessidades tantas vezes de contacto directo com os munícipes, recomenda um elevado grau de identificação com a empresa: os trabalhadores são, frequentemente, o primeiro ou único rosto que os utentes conhecem.

Salienta-se que, dos mais de 10,6 milhões do orçamento da empresa, mais de 6,2 milhões, isto é, quase 59%, destinam-se a subcontratos, serviços especializados e serviços diversos a título de fornecimentos e serviços externos.

Salienta-se ainda que esta política é consentânea com a prática de precarização das relações de trabalho que a própria Câmara Municipal mantém.

De facto, analisando os Mapas de Pessoal constantes das Grandes Opções do Plano já discutidas nesta sessão, verifica-se que a Câmara tem 273 trabalhadores em regime de prestação de serviços e outros, ou seja, 24% de precários num total de 1127 trabalhadores do quadro de pessoal.

Finalmente, um reparo relativamente aos rendimentos orçamentados como “subsídio à exploração” (total de 2.389.920 euros):

O valor esperado pelo contrato-programa para a limpeza urbana é de 1.804.800 e não de 1.804.755 como fixado no contrato; e

O valor inscrito a título do contrato de gestão delegada é de 585.120 euros e não de 585.052 previstos no respectivo contrato.

Pode haver quem considere que se trata de minudências, mas tratando-se de verbas previstas com exactidão em instrumentos formais que dão origem à sua inscrição orçamental, talvez seja mais adequado fazê-las constar com o devido rigor.                                                     


Disse.