Na apreciação às Contas e ao Relatório dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento, a CDU salientou hoje que a Maia continua a registar elevadas perdas de água na rede, que se elevam a mais de 3,3 milhões de metros cúbicos em cada um dos últimos dois anos.
Segue-se a intervenção do deputado Alfredo Maia:
Segue-se a intervenção do deputado Alfredo Maia:
Da leitura dos documentos
trazidos a esta Assembleia, cabe-nos chamar a atenção para o problema crónico
das perdas de água, ou pelo menos da água adquirida mas que não é facturada.
Perguntado pela CDU, na sessão de
26 de Fevereiro, sobre a taxa de perdas na rede, o senhor presidente da Câmara
informou esta Assembleia que é da ordem dos 32%.
Essa taxa corresponde aos mais de
3,3 milhões de metros cúbicos de água adquirida e não facturada nos anos de
2016 e de 2017, volumes esses e taxas essas que têm vindo a aumentar
significativamente pelo menos nos últimos dez anos.
De facto, em 2008, o volume de
água não facturada foi de 1.366.118 m3, ou seja, 15,5% de perdas, volume
esse que aumentou em 142% (mais de 1,9 milhões de metros cúbicos) numa década,
quando o expectável é que tivessem diminuído substancialmente.
Ora, impõe-se a tomada de medidas
sérias para a utilização sustentada de um recurso que, além de escasso, tem
custos elevados em termos de captação, tratamento, adução, armazenamento e
distribuição, condições estas que se agravarão cada vez mais, à medida que
aumentará a severidade dos efeitos das alterações climáticas.
Por outro lado, importa salientar
que, embora a cobertura física da rede de colectores de saneamento abranja todo
o concelho, persistem apreciáveis bolsas de habitações ainda sem ligação à
rede, tendo de recorrer, na melhor das hipóteses, a fossas regularmente
esvaziadas por cisternas, e, na pior das hipóteses, lançando os esgotos nas
redes de águas pluviais ou directamente no solo, com consequências ambientais
profundamente negativas.
No primeiro caso, significa que
os munícipes, que recorrem a prestadores de serviço de limpeza de fossas pelo
menos duas a três vezes por ano, duplicam os respectivos encargos, pois, além
do pagamento desse serviço, estão obrigados ao pagamento das taxas de
saneamento.
Impõe-se, por conseguinte, a
tomada de medidas efectivas e directamente junto das populações, especialmente
através de campanhas de informação e esclarecimento sobre os instrumentos de
apoio à ligação dos esgotos domésticos, bem como de levantamento de
dificuldades, a realizar por técnicos em regime porta-a-porta e em horários adequados
à presença dos moradores.
Disse.