sexta-feira, 27 de abril de 2018

Maia com elevadas perdas de água

Apesar da cobertura do concelho com redes de esgotos, ribeiras continuam a ser poluídas


Na apreciação às Contas e ao Relatório dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento, a CDU salientou hoje que a Maia continua a registar elevadas perdas de água na rede, que se elevam a mais de 3,3 milhões de metros cúbicos em cada um dos últimos dois anos. 

Segue-se a intervenção do deputado Alfredo Maia:

Da leitura dos documentos trazidos a esta Assembleia, cabe-nos chamar a atenção para o problema crónico das perdas de água, ou pelo menos da água adquirida mas que não é facturada.
Perguntado pela CDU, na sessão de 26 de Fevereiro, sobre a taxa de perdas na rede, o senhor presidente da Câmara informou esta Assembleia que é da ordem dos 32%.
Essa taxa corresponde aos mais de 3,3 milhões de metros cúbicos de água adquirida e não facturada nos anos de 2016 e de 2017, volumes esses e taxas essas que têm vindo a aumentar significativamente pelo menos nos últimos dez anos.
De facto, em 2008, o volume de água não facturada foi de 1.366.118 m3, ou seja, 15,5% de perdas, volume esse que aumentou em 142% (mais de 1,9 milhões de metros cúbicos) numa década, quando o expectável é que tivessem diminuído substancialmente.
Ora, impõe-se a tomada de medidas sérias para a utilização sustentada de um recurso que, além de escasso, tem custos elevados em termos de captação, tratamento, adução, armazenamento e distribuição, condições estas que se agravarão cada vez mais, à medida que aumentará a severidade dos efeitos das alterações climáticas.
Por outro lado, importa salientar que, embora a cobertura física da rede de colectores de saneamento abranja todo o concelho, persistem apreciáveis bolsas de habitações ainda sem ligação à rede, tendo de recorrer, na melhor das hipóteses, a fossas regularmente esvaziadas por cisternas, e, na pior das hipóteses, lançando os esgotos nas redes de águas pluviais ou directamente no solo, com consequências ambientais profundamente negativas.
No primeiro caso, significa que os munícipes, que recorrem a prestadores de serviço de limpeza de fossas pelo menos duas a três vezes por ano, duplicam os respectivos encargos, pois, além do pagamento desse serviço, estão obrigados ao pagamento das taxas de saneamento.
Impõe-se, por conseguinte, a tomada de medidas efectivas e directamente junto das populações, especialmente através de campanhas de informação e esclarecimento sobre os instrumentos de apoio à ligação dos esgotos domésticos, bem como de levantamento de dificuldades, a realizar por técnicos em regime porta-a-porta e em horários adequados à presença dos moradores. 

Disse.