segunda-feira, 9 de abril de 2018

CDU defende desagravamento fiscal

CDU defende o desagravamento fiscal das pequenas e médias empresas
Na sessão de hoje da Assembleia Municipal,  a CDU salientou que as receitas de impostos directos arrecadadas pelo Município, em 2017, confirmam a justeza das suas propostas com vista ao desagravamento do IMI e à isenção da taxa de derrama para as empresas com menos de 150 mil euros de volume de negócios.
A posição da CDU foi defendida pelo deputado Simão Mata, que nesta sessão substituiu a deputada Carla Ribeiro:

Sem prejuízo de uma avaliação mais aprofundada, designadamente em sede da apreciação e votação dos documentos de prestação de contas legal e regimentalmente previstas para a segunda sessão ordinária a realizar ainda este mês, o Grupo Municipal da CDU gostaria de tecer algumas considerações e pedir alguns esclarecimentos sobre o mapa de fluxos de caixa no exercício de 2017 agora em discussão.
Em primeiro lugar, para salientar que o valor arrecadado pelo Município a título de impostos directos foi superior em mais de 2,6 milhões de euros (+7,1%) ao montante previsto no Relatório do Orçamento para 2017.
É certo que essa receita, de quase 39,5 milhões, foi inferior em 2,7 milhões aos mais de 42,1 milhões gerados no ano de 2016, que foi assumidamente excepcional, devido à dinâmica então observada quanto ao imposto municipal sobre transmissões onerosas de imóveis (IMT) e à derrama, mas mantém a trajectória francamente ascendente dos últimos anos: mais de 31,1 milhões arrecadados em 2014 e mais de 35,8 milhões obtidos em 2015.
Do conjunto dos impostos directos, salientamos a tendência ascendente da receita da derrama, que em 2017 voltou a subir, com a arrecadação de mais de oito milhões de euros, contrariando a previsão do Executivo, que apontava apenas quase 5,6 milhões para o mesmo exercício.
O comportamento desse imposto confirma a justeza das posições da CDU relativamente à necessidade de diminuir os encargos das pequenas e médias empresas que operam no município da Maia, como factor de sustentabilidade daquelas que aqui já se encontram e de muitas outras que poderiam vir a instalar-se.
Comprova-se, com efeito, que bem poderia ter sido aprovada, para o exercício de 2018, a proposta da CDU para que as empresas com volumes de negócios iguais ou inferiores a 150 mil euros ficassem isentas da taxa de derrama, pois o impacte financeiro seria facilmente acomodável.
Comprova-se, por outro lado, que teria sido da maior justeza desagravar as famílias do imposto municipal sobre imóveis, pois, apesar de uma quase negligenciável descida da receita de IMI (-326 814 euros) em relação a 2016, este continua a representar a principal fatia dos impostos directos (53,6%).
A urgente reabilitação e valorização do edificado, que a CDU defende, inclusivamente o destinado a habitação, com condições mais atractivas para a fixação de habitantes, compensaria em larga medida os efeitos do desagravamento do IMI igualmente proposto pela CDU.
No plano das despesas, cumpre assinalar o profundo desequilíbrio entre as transferências correntes e de capital para as freguesias, que totalizaram pouco mais de 1,2 milhões de euros, e as instituições sem fins lucrativos, que beneficiaram de mais de 2,9 milhões.
O peso de tais entidades representa 63,2% do total de transferências correntes e 71% das transferências de capital, o que pode indiciar uma externalização de funções do Município que deve ser esclarecida.

Disse.